Conheça a peça teatral escrita por Allan Kardec

Usando ainda seu nome de batismo, H. Rivail, o codificador de espiritismo, criou Uma Paixão De Salão, comédia romântica encenada em Paris em 1845.

Pouca gente sabe que Allan Kardec, que ficou para a posteridade como o codificador do Espiritismo e autor das obras fundamentais da doutrina, escreveu uma peça teatral. Chamada Une Passion de Salon (Uma Paixão de Salão), é uma comédia romântica de encontros e desencontros amorosos que Kardec escreveu usando ainda seu nome de batismo.
Foi nos tempos em que ainda era conhecido como professor Rivail. Allan Kardec era um intelectual versátil, deu aulas de matemática, física, química, astronomia, anatomia e francês e escreveu gramáticas e aritméticas. Em 1843 lançou essa que foi sua única peça teatral, escrita em parceria com o jovem dramaturgo Léonard Joseph Urbain Napoléon Gallois (1815-1874), que se tornou mais tarde historiador e bibliógrafo com várias obras publicadas. Os autores usaram seus nomes abreviados, H. Rivail e N. Gallois.
A peça consiste de 13 cenas e foi apresentada no Théâtre des Délassements-Comiques, em Paris, no dia 22 de dezembro de 1845. Na peça não há nenhuma referência à mediunidade ou ao espiritismo. Mas consta que essa experiência com o palco – quanto teve contato com espetáculos de magnetismo e experimentos de eletricidade e mecânica (novidades para a época) – foi fundamental para avivar ainda mais o interesse de Rivail pelos fenômenos mediúnicos. Dez anos mais tarde, em 1857, lançou O Livro dos Espíritos e, posteriormente, os demais livros que compõem as obras fundamentais da Codificação da Doutrina Espírita, já com o pseudônimo de Allan Kardec.
O salão do título da peça era o Museu do Louvre, em cujas galerias o protagonista, Félicien, cai de paixão por uma jovem retratada numa tela em exibição. Para se aproximar da amada, Félicien contrata Durocher, o pintor que assina o quadro, sem saber a dama do retrato era irmã do artista. A peça, ligeira e divertida, não alcançou grande sucesso nem rendeu dividendos para Kardec, bastante endividado na ápoca.
A obra, esgotada há mais de um século, foi lançada em livro pelo CCDPE (pela primeira vez em português) e pode ser encontrada em sua livraria.

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